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Universidade Federal do Ceará
Departamento de Ciências Sociais

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Histórico

No Ceará, a criação do curso de Ciências Sociais se insere numa tradição cearense de estudos históricos, sociológicos, políticos e antropológicos, reconhe­cida nacional­mente e que remonta ao século XIX. Por décadas, tais estudos foram levados a efeito por profis­sionais de dife­rentes áreas do conhe­cimento, cada um a seu modo, sensíveis às chamadas questões sociais.

Com a fundação da Univer­sidade Federal do Ceará, em 1955, os rumos dessa história começam a mudar. Dentre outros aspectos, surgem espaços institu­cionais, agluti­nando pessoas com afini­dades inte­lectuais e ideais comuns que, aos poucos, foram dire­cionando seus inte­resses acadêmicos, dando-lhes um trata­mento teórico-metodológico voltado para campos específicos do conhe­cimento. Nesta perspec­tiva, criou-se, em 1958, o Instituto de Antro­pologia, tendo à frente o enge­nheiro Thomaz Pompeu Sobrinho, um estudioso do Ceará e que, ao longo de sua vida, publicou dezenas de trabalhos de cunho antropológico e, em 1961, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, agrupando profis­sionais de formação variada, no campo das ciências humanas. Em 1966, a criação do Departa­mento de Ciências Sociais e Filosofia reúne profes­sores proce­dentes das duas unidades referidas e com graduações distintas: Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes e Helene Velay Leite (Letras); Francisco Alencar e Luís Fernando Raposo Fonte­nelle (História e Geografia); Hélio Guedes de Campos Barros, Mosslair Cordeiro Leite, Paulo Elpídio de Menezes Neto e Luís de Gonzaga Mendes Chaves (Direito). O Instituto foi extinto e, em 1968, foi criado o Curso de Graduação em Ciências Sociais, com a modali­dade Licen­ciatura. Em meados da década de 1970, foi criada a modalidade Bacha­relado.

Em 1969, ao final de todo um processo de negociações, iniciado em 1966, entre a UNESCO e a UFC, efetivou-se uma ação de cooperação entre as duas instituições. Assim, realizou-se uma Missão coorde­nada pelo professor Jean Duvignaud (da Universi­dade de Tours-França), entre julho e setembro de 1968, período em que se concreti­zaram, na UFC, seminários, mesas-redondas e conferências, além de visitas ao interior do Estado do Ceará e a Estados vizinhos. Isto, para avaliar as possi­bili­dades de expansão do ensino e da pesquisa em ciências sociais, conforme previsto na aliança UFC-UNESCO.

Nesse cenário, nasceu, também em 1969, a Faculdade de Ciências Sociais e Filosofia, que incor­porou o Departa­mento do mesmo nome, passando este a se denominar Departa­mento de Socio­logia. Em 1974, com a extinção da Faculdade, voltou a designação inicial do Departa­mento. Com a criação do Departa­mento de Filosofia, em 2001, passou a chamar-se Departa­mento de Ciências Sociais.

Como pós-graduação, em 1972, o Departa­mento criou o Programa de Aperfeiçoamento de Pesquisa­dores Sociais do Nordeste (PRAPSON), extinto dois anos depois, com a criação do Mestrado em Socio­logia do Desen­volvi­mento, em 1975. Em 1994, teve início o Doutorado, insti­tuindo-se, a partir daí, o Programa de Pós-graduação em Socio­logia.

Atual­mente, o Departa­mento de Ciências Sociais tem sob sua adminis­tração o curso de Graduação em Ciências Sociais (Unidades Curriculares de Antro­pologia, Ciência Política e Socio­logia), com as modali­dades Licen­ciatura e Bachare­lado, com oferta de 100 vagas (cursos diurno e noturno), e o Programa de Pós-graduação em Socio­logia, com 20 vagas para Mestrado e 15 para Doutorado. Além disso, o Departa­mento abriga vários laboratórios de pesquisa, de acordo com as linhas de pesquisa instituídas e publica a Revista de Ciências Sociais.

Fundada em 1970, a Revista tem perio­dici­dade semestral. Dentre outros aspectos, sua criação, por um grupo de profes­sores, refletia as concepções que se tinha acerca da pesquisa e do ensino em ciências sociais, e da relação entre ambos para o funciona­mento do Curso e do Departa­mento. Na atuali­dade, a diversi­dade prove­niente de colaborações inter­institu­cionais, contri­buiu para que sua comissão editorial se decidisse por edições temáticas, definidas em torno de um dossiê. Isto evidencia um esforço, nem sempre fácil de ser concre­tizado, de abertura dos canais de comunicação entre dife­rentes campos do conhe­cimento e busca da inter­discipli­nari­dade. Em seu conselho editorial, a Revista conta com nomes de profis­sionais vincu­lados a várias instituições brasi­leiras e de outros países; é distribuída em uma vasta rede de biblio­tecas no Brasil, alcançando também outras no exterior, na América Latina, nos Estados Unidos e em algumas universi­dades europeias.

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